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Painel Meio Ambiente e Painel Social no SENATEC 2024

  • 25 de setembro de 2024

Conteúdos importantes pautam segundo dia do evento: palestras com foco em meio ambiente e sustentabilidade, e de combate ao assédio e à discriminação no ambiente de trabalho

Dois painéis pautaram o segundo dia do Seminário Nacional dos Técnicos Industriais (SENATEC 2024), realizado no Centro de Convenções de Vitória (ES). Na parte da manhã, palestras com foco em meio ambiente e sustentabilidade, começando com “Hidrogênio Verde e os Caminhos para uma Indústria mais Sustentável”, ministrada por Juan Aguiar Gonçalves, especialista em energia solar fotovoltaica, professor da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e atual coordenador do Núcleo de Formação e Pesquisa em Energias Renováveis do Piauí (NUFPERPI). Professor de curso superior de tecnologia em energias renováveis e atual vice-presidente do Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Rio Grande do Sul (CRT-RS), Elemar Shneider contribuiu com muitas considerações relevantes alusivas ao assunto.

Eles explanaram sobre a acelerada emissão de dióxido de carbono decorrente, especialmente, do aumento no consumo da energia global, citando exemplos de países europeus que têm investido em matriz energética fóssil. “Em 2020, a União Europeia selecionou o hidrogênio verde como matriz energética para alcançar a neutralização da emissão de gás carbônico até 2050”, apresenta Juan Aguiar Gonçalves.

Nesse cenário de energia limpa e reponsabilidade socioambiental, o Brasil pode se tornar protagonista e modelo para o mundo. “Há muita energia limpa e renovável aqui para ser explorada, de norte a sul. E como isso chama muito a atenção do mundo, há necessidade de uma mobilização para não haver importação de mão de obra”, adverte, considerando que o setor tende a gerar muitos postos de trabalho, inclusive para profissionais técnicos.

Também foi citado, durante a explanação dos palestrantes, o Marco Legal do Hidrogênio Verde – Lei nº 14.948/2024 –, que “regulamenta a produção, comercialização e uso do hidrogênio verde e faz parte de um conjunto de ações que busca descarbonizar a matriz energética brasileira”.

RA e RV como inovação em treinamento

Técnico em Eletrônica e graduado em engenharia elétrica, Samuel Nascimento também fez parte do seleto time de palestrantes do seminário, com o tema “Uso da Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV) para Treinamento e Suporte na Indústria”. Mas o que são, no que consistem e quais as aplicabilidades da RA e RV no dia a dia como inovação em treinamento?

Em termos gerais, RA consiste no uso de tecnologia integrativa de um conteúdo virtual dentro de um cenário real; entre os exemplos, estão os jogos – o mais conhecido é o Pokémon Go –, que interagem personagens reais com virtuais. Por sua vez, a RV é um ambiente gerado por meio de um computador, com cenas e objetos aparentemente reais que fazem com os usuários se sintam imersos numa aparente realidade. Exemplos: jogos online; aplicações educativas, como visitas a museus ou exposições, por meio de ambientes virtuais que simulam experiências “quase” presenciais; uso na medicina, para treinamento cirúrgico, fisioterapêutico e outras situações; enfim. Então, por que também não fazer uso no meio técnico?

Samuel Nascimento cita algumas vantagens para as empresas que, porventura, adotem a realidade virtual no dia a dia de suas atividades. “Podemos falar sobre a redução de custos com treinamento, o aumento da segurança em ambientes de risco e a personalização das experiências de aprendizagem”, enumera, destacando que tais fatores tornam a capacitação mais eficaz e acessível.

GT Mulheres e a valorização da mão de obra feminina e empoderamento da mulher técnica

Dimensão social no contexto ESG – O conteúdo do período da tarde foi dedicado a questões envolvendo as mulheres, com abordagem de temas cruciais relacionados ao impacto social das práticas empresariais, com foco em responsabilidade, inclusão, diversidade e o papel da indústria na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Um dos pontos centrais é a necessidade de valorização da mão de obra feminina, reconhecendo a importância de promover a equidade de gênero nos níveis hierárquicos, bem como combate ao assédio moral, sexual e outras formas de discriminação no ambiente de trabalho, de modo a garantir que as empresas tornem-se espaços abertos, seguros e respeitosos.

Nessa perspectiva, representando o GT Mulheres, instituído em âmbito nacional, a conselheira federal Deise Lopes de Carvalho e as conselheiras regionais, Emiliane Veloso de Almeida Borges (CRT-MG), Tainã Cristina de Oliveira Teixeira (CRT-02) e Adriana dos Reis Souza Neto (CRT-ES), reencontraram-se para considerações sobre o tema “Mulheres no Mercado de Trabalho”. Elas ressaltaram a relevância da empregabilidade da mulher técnica, destacando questões como o empoderamento feminino, que garante o acesso a oportunidades econômicas e aumenta a autonomia das mulheres em todos os aspectos.

As conselheiras também expuseram algumas sugestões voltadas à redução da igualdade de gênero, como investimentos em educação, combate constante ao preconceito e à discriminação; e o incentivo à participação feminina em cargo de liderança.

 Marcella Pagani: “Assédio Moral e Sexual no Ambiente de Trabalho: Caracterização, Limites e Consequências”

Na sequência, Marcella Pagani, doutora e mestre em direito do trabalho pela PUC-Minas, ministrou palestra de extrema importância e que deve ocupar espaço para discussão nos ambientes corporativos: “Assédio Moral e Sexual no Ambiente de Trabalho: Caracterização, Limites e Consequências”.

Ao dividir a apresentação em três tópicos – a definição e caracterização de dano moral, os conceitos sobre assédio moral e sexual, e a responsabilização dos envolvidos em tais condutas nocivas no ambiente de trabalho –, a palestrante sustenta que a Constituição Federal assegura ao trabalho uma estrutura de proteção pautada na dignidade humana, em seu valor social e na consolidação de direitos trabalhistas fundamentais. “Por isso, o ambiente de trabalho não deve ser um local de adoecimento, pois deixará de realizar o papel imprescindível da dimensão humana e de uma existência digna, que pressupõem a garantia da integralidade física e moral do indivíduo”, afirma, elencando aspectos mais angustiantes e relevantes de violência psicológica e física que atingem profissionais no serviço público e na iniciativa privada.

Segundo a advogada, o assédio moral se manifesta de formas variadas, desde comentários depreciativos até a exclusão deliberada no ambiente profissional, afetando a produtividade, mas especialmente a saúde mental das vítimas. Já, o assédio sexual é uma forma ainda mais desleal de abuso de poder, podendo ser identificado por meio de gestos inadequados, insinuações constrangedoras e até mesmo chantagem sexual, minando os direitos profissionais e a dignidade das mulheres. “É preciso haver reflexão, debates e a troca de ideias sobre medidas para evitar essas práticas e, quando acontecerem, pensar em formas de amenizar o sofrimento”, cobra a palestrante, homenageada com um troféu de honra ao mérito por sua participação no evento.***

Lançamento de cartilha elaborada pelos CRTs

Com Respeito: Cartilha de Combate à Discriminação e ao Assédio no Ambiente de Trabalho

Durante o Painel Social, aconteceu o lançamento do manual Com Respeito: Cartilha de Combate à Discriminação e ao Assédio no Ambiente de Trabalho, elaborado conjuntamente por oito conselhos regionais que integram o Sistema CFT/CRTs – os realizadores do SENATEC 2024 –, com o objetivo de promover uma reflexão e conscientização sobre o tema nos ambientes de trabalho; inclusive, cedendo espaço a vítimas ou testemunhas de situações de assédio ou discriminação de qualquer natureza. “Vamos promover um ambiente saudável e mostrar à sociedade que somos pessoas inteligentes, humanas, sensíveis, e que nos preocupamos com nossos semelhantes”, opina a psicóloga, Regina Glaucia Macedo, autora de um artigo publicado na referida cartilha, intitulado “Ambiente Saudável é Onde Todos se Respeitam”. 

Camila Mesquista Chisté Oliveira: “Mulheres na Construção Civil: Educação Profissional como Ferramenta de Liderança e Excelência”

Mulheres na construção civil – É fato que cada vez mais as mulheres têm conquistado espaço no setor técnico; e a construção civil, há pouco tempo ocupada quase que exclusivamente por homens, é um exemplo dessa transformação, justamente pelo rompimento de barreiras e preconceitos a que muitas mulheres ainda estão sujeitas ao escolher determinada profissão.

Técnica em Construção Civil formada pelo IFES e graduada em engenharia civil, Camila Mesquita Chisté Oliveira abordou esse tema na palestra “Mulheres na Construção Civil: Educação Profissional como Ferramenta de Liderança e Excelência”, destacando primeiramente um histórico da participação feminina no setor e os fatores que impulsionam esse avanço, como o aumento da educação profissional e as mudanças culturais e legislativas que favorecem a equidade. “Atualmente, muitas mulheres atuam em obras, desde a gestão até a elaboração e execução de projetos”, afirma.

Os números apurados junto ao SENAI-ES, onde ela desempenha importante papel como especialista em construção civil, revelam que, entre 2007 e 2018, 1.083 das 2.167 profissionais formadas eram mulheres; ou seja, quase 50% do total.

Ela também menciona a NR-17, que permite, por exemplo, que as mulheres carreguem pesos inferiores aos dos homens; e cita que a educação profissional impacta positivamente na renda das mulheres, com melhores remunerações e menores diferenças salariais, comparadas a dos homens, em função do grau de instrução. “Isso mostra como a educação profissional e também o ensino técnico podem ser um diferencial na vida das mulheres, como foi na minha, que abriu portas para que eu entrasse no mercado de trabalho e construísse minha trajetória”, ressalta.

Para concluir, ela enfatiza que a educação também capacita as mulheres para ocuparem posições de liderança, seja no setor público ou privado.

CRT-BA, CRT-RS, CRT-MG, CRT-SP e CRT-ES; projetos de impacto social implantados ou em fase experimental

Projetos sociais dos CRTs – Na última atividade do dia, alguns CRTs apresentaram projetos de impacto social implantados ou em fase experimental em seus respectivos estados, mas que certamente envolverão todo o Sistema CFT/CRTs.

Pelo CRT-BA, o diretor de fiscalização e normas, Saturnino do Nascimento, expôs o projeto SOS Chuvas, com visitas a diversos municípios afetados pelas fortes chuvas, no intuito de firmar parcerias com os órgãos municipais para auxiliar àqueles em estado de vulnerabilidades.

Do CRT-RS, o também diretor de fiscalização e normas, Luiz Augusto Santiago, falou sobre o Projeto Reparar RS, resultado da campanha de solidariedade promovida por entidades representativas dos técnicos com parceria da Escola Técnica Frederico Guilherme Schmidt, de São Leopoldo, com o objetivo de recuperar itens essenciais destruídos durante as chuvas que praticamente assolaram o estado no primeiro semestre; muitos voluntários, sobretudo do meio técnico, cooperaram com essa ação de solidariedade.

Gerente de novos projetos e inovação do CRT-SP, Fabiana Herculano Moraes falou rapidamente da plataforma online gratuita Técnico que Faz, que conecta profissionais técnicos com empresas e a sociedade para execução de projetos técnicos; explanou sobre o Projeto Divulga Técnico, que objetiva incentivar alunos da rede pública a ingressarem em cursos técnicos – lançado com sucesso em Campos do Jordão no final de 2023, e que será levado a todas as regiões do estado –, com depoimentos de professores, alunos e profissionais já atuantes no mercado de trabalho; e das oportunidades geradas aos profissionais, inclusive internacionais, a partir de parcerias estratégicas com empresas e entidades.

Renata Lopes de Carvalho, chefe de gabinete do CRT-MG, apresentou um vídeo de pré-lançamento do Técnico Plus, espécie de clube de vantagens que está sendo desenvolvido juntamente com o CRT-SP, pelo qual os técnicos receberão cashback – oao realizarem compras online, que poderão ser usados para pagar suas anuidades no Sistema CFT/CRTs. Iniciativa parecida vem do CRT-ES, exposta pela superintendente Elisangela Moreira Portes; e a funcionalidade de ambos os projetos serão apresentadas oportunamente.

Texto: JD Morbidelli e Eduardo Durães

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Eles explanaram sobre a acelerada emissão de dióxido de carbono decorrente, especialmente, do aumento no consumo da energia global, citando exemplos de países europeus que têm investido em matriz energética fóssil. “Em 2020, a União Europeia selecionou o hidrogênio verde como matriz energética para alcançar a neutralização da emissão de gás carbônico até 2050”, apresenta Juan Aguiar Gonçalves.

Nesse cenário de energia limpa e reponsabilidade socioambiental, o Brasil pode se tornar protagonista e modelo para o mundo. “Há muita energia limpa e renovável aqui para ser explorada, de norte a sul. E como isso chama muito a atenção do mundo, há necessidade de uma mobilização para não haver importação de mão de obra”, adverte, considerando que o setor tende a gerar muitos postos de trabalho, inclusive para profissionais técnicos.

Também foi citado, durante a explanação dos palestrantes, o Marco Legal do Hidrogênio Verde – Lei nº 14.948/2024 –, que “regulamenta a produção, comercialização e uso do hidrogênio verde e faz parte de um conjunto de ações que busca descarbonizar a matriz energética brasileira”.

RA e RV como inovação em treinamento

Técnico em Eletrônica e graduado em engenharia elétrica, Samuel Nascimento também fez parte do seleto time de palestrantes do seminário, com o tema “Uso da Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV) para Treinamento e Suporte na Indústria”. Mas o que são, no que consistem e quais as aplicabilidades da RA e RV no dia a dia como inovação em treinamento?

Em termos gerais, RA consiste no uso de tecnologia integrativa de um conteúdo virtual dentro de um cenário real; entre os exemplos, estão os jogos – o mais conhecido é o Pokémon Go –, que interagem personagens reais com virtuais. Por sua vez, a RV é um ambiente gerado por meio de um computador, com cenas e objetos aparentemente reais que fazem com os usuários se sintam imersos numa aparente realidade. Exemplos: jogos online; aplicações educativas, como visitas a museus ou exposições, por meio de ambientes virtuais que simulam experiências “quase” presenciais; uso na medicina, para treinamento cirúrgico, fisioterapêutico e outras situações; enfim. Então, por que também não fazer uso no meio técnico?

Samuel Nascimento cita algumas vantagens para as empresas que, porventura, adotem a realidade virtual no dia a dia de suas atividades. “Podemos falar sobre a redução de custos com treinamento, o aumento da segurança em ambientes de risco e a personalização das experiências de aprendizagem”, enumera, destacando que tais fatores tornam a capacitação mais eficaz e acessível.

GT Mulheres e a valorização da mão de obra feminina e empoderamento da mulher técnica

Dimensão social no contexto ESG – O conteúdo do período da tarde foi dedicado a questões envolvendo as mulheres, com abordagem de temas cruciais relacionados ao impacto social das práticas empresariais, com foco em responsabilidade, inclusão, diversidade e o papel da indústria na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Um dos pontos centrais é a necessidade de valorização da mão de obra feminina, reconhecendo a importância de promover a equidade de gênero nos níveis hierárquicos, bem como combate ao assédio moral, sexual e outras formas de discriminação no ambiente de trabalho, de modo a garantir que as empresas tornem-se espaços abertos, seguros e respeitosos.

Nessa perspectiva, representando o GT Mulheres, instituído em âmbito nacional, a conselheira federal Deise Lopes de Carvalho e as conselheiras regionais, Emiliane Veloso de Almeida Borges (CRT-MG), Tainã Cristina de Oliveira Teixeira (CRT-02) e Adriana dos Reis Souza Neto (CRT-ES), reencontraram-se para considerações sobre o tema “Mulheres no Mercado de Trabalho”. Elas ressaltaram a relevância da empregabilidade da mulher técnica, destacando questões como o empoderamento feminino, que garante o acesso a oportunidades econômicas e aumenta a autonomia das mulheres em todos os aspectos.

As conselheiras também expuseram algumas sugestões voltadas à redução da igualdade de gênero, como investimentos em educação, combate constante ao preconceito e à discriminação; e o incentivo à participação feminina em cargo de liderança.

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Ao dividir a apresentação em três tópicos – a definição e caracterização de dano moral, os conceitos sobre assédio moral e sexual, e a responsabilização dos envolvidos em tais condutas nocivas no ambiente de trabalho –, a palestrante sustenta que a Constituição Federal assegura ao trabalho uma estrutura de proteção pautada na dignidade humana, em seu valor social e na consolidação de direitos trabalhistas fundamentais. “Por isso, o ambiente de trabalho não deve ser um local de adoecimento, pois deixará de realizar o papel imprescindível da dimensão humana e de uma existência digna, que pressupõem a garantia da integralidade física e moral do indivíduo”, afirma, elencando aspectos mais angustiantes e relevantes de violência psicológica e física que atingem profissionais no serviço público e na iniciativa privada.

Segundo a advogada, o assédio moral se manifesta de formas variadas, desde comentários depreciativos até a exclusão deliberada no ambiente profissional, afetando a produtividade, mas especialmente a saúde mental das vítimas. Já, o assédio sexual é uma forma ainda mais desleal de abuso de poder, podendo ser identificado por meio de gestos inadequados, insinuações constrangedoras e até mesmo chantagem sexual, minando os direitos profissionais e a dignidade das mulheres. “É preciso haver reflexão, debates e a troca de ideias sobre medidas para evitar essas práticas e, quando acontecerem, pensar em formas de amenizar o sofrimento”, cobra a palestrante, homenageada com um troféu de honra ao mérito por sua participação no evento.***

Lançamento de cartilha elaborada pelos CRTs

Com Respeito: Cartilha de Combate à Discriminação e ao Assédio no Ambiente de Trabalho

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Camila Mesquista Chisté Oliveira: “Mulheres na Construção Civil: Educação Profissional como Ferramenta de Liderança e Excelência”

Mulheres na construção civil – É fato que cada vez mais as mulheres têm conquistado espaço no setor técnico; e a construção civil, há pouco tempo ocupada quase que exclusivamente por homens, é um exemplo dessa transformação, justamente pelo rompimento de barreiras e preconceitos a que muitas mulheres ainda estão sujeitas ao escolher determinada profissão.

Técnica em Construção Civil formada pelo IFES e graduada em engenharia civil, Camila Mesquita Chisté Oliveira abordou esse tema na palestra “Mulheres na Construção Civil: Educação Profissional como Ferramenta de Liderança e Excelência”, destacando primeiramente um histórico da participação feminina no setor e os fatores que impulsionam esse avanço, como o aumento da educação profissional e as mudanças culturais e legislativas que favorecem a equidade. “Atualmente, muitas mulheres atuam em obras, desde a gestão até a elaboração e execução de projetos”, afirma.

Os números apurados junto ao SENAI-ES, onde ela desempenha importante papel como especialista em construção civil, revelam que, entre 2007 e 2018, 1.083 das 2.167 profissionais formadas eram mulheres; ou seja, quase 50% do total.

Ela também menciona a NR-17, que permite, por exemplo, que as mulheres carreguem pesos inferiores aos dos homens; e cita que a educação profissional impacta positivamente na renda das mulheres, com melhores remunerações e menores diferenças salariais, comparadas a dos homens, em função do grau de instrução. “Isso mostra como a educação profissional e também o ensino técnico podem ser um diferencial na vida das mulheres, como foi na minha, que abriu portas para que eu entrasse no mercado de trabalho e construísse minha trajetória”, ressalta.

Para concluir, ela enfatiza que a educação também capacita as mulheres para ocuparem posições de liderança, seja no setor público ou privado.

CRT-BA, CRT-RS, CRT-MG, CRT-SP e CRT-ES; projetos de impacto social implantados ou em fase experimental

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Do CRT-RS, o também diretor de fiscalização e normas, Luiz Augusto Santiago, falou sobre o Projeto Reparar RS, resultado da campanha de solidariedade promovida por entidades representativas dos técnicos com parceria da Escola Técnica Frederico Guilherme Schmidt, de São Leopoldo, com o objetivo de recuperar itens essenciais destruídos durante as chuvas que praticamente assolaram o estado no primeiro semestre; muitos voluntários, sobretudo do meio técnico, cooperaram com essa ação de solidariedade.

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